terça-feira, 13 de outubro de 2009

Rédea curta.

Esta história está a ganhar proporções interessantes.

A senhora Maitê Proença, actriz de profissão, e provavelmente com anseio duma época em que teve mais sucesso televisivo, fez uma visita ao nosso país em 2007.

O programa foi um magazine lúdico:



Para além de não só não ter nenhum respeito pelos monumentos nacionais ela demonstra má formação e estupidez ao propagandear todos os estereótipos possíveis e imaginários que existem sobre os portugueses. O tipo de programa também não presta para mais, mas o jeito insultuoso com que

Basta olhar para alguns comentários neste jornal brasileiro para ver que não só o feedback se está a repercurtir no ultramar mas também mostra o grau de ressabiamento colonial com que muitos brasileiros tentam justificar o injustificável. Ou seja a estupidez de uma actriz em decadência que tenta tornar-se cosmopolita, e também aquilo a que os ingleses chamam de "witty", tentando humorizar com estereótipos e denegrir a imagem nacional.

Para que fique bem claro, os portugueses não devem nada, rigorosamente nada, aos brasileiros, muito menos reparações coloniais e falsos sentimentos de culpa. Por isso meus caros não é tolerável este tipo de comportamento.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Racismo social ?

No debate com Portas, Francisco Louçã acusou o Partido Popular de "racismo social". É preciso ter lata. Afinal não é o Bloco que tem a obsessão com Américo Amorim e com os administradores da GALP ? Não é o Bloco que quer criar o chamado imposto sobre as grandes riquezas ? Quem é o racista social afinal ?

A extrema esquerda sempre fez questão de ser socialmente discriminatória em desfavor de todos os que tenham posses. "Racismo social" é uma expressão que eu não usaria se estivesse nos seus sapatos...

domingo, 26 de julho de 2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

Artigo do Público sobre a estupidez humana.

PÚBLICO / P2
2 de Maio 2009

Tratamentos para alterar orientação sexual não são uma coisa do passado
02.05.2009, Andreia Sanches

Há terapeutas que defendem que é possível ajudar um gay a deixar de o ser. E quem garanta que é grave e perigoso intervir. O presidente do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos diz que compete ao clínico "avaliar a exequibilidade do pedido" de quem lhe entra pelo consultórioa Criou um site na Internet a que chamou SOS Ajuda Médica.

Nele identifica-se como Daniel Marques, um homem na casa dos 30 anos com um "enorme desgosto por sofrer de tendências homossexuais não desejadas". E pede ajuda: quer ser heterossexual. Gostava, explica, de sujeitar-se a um tratamento, caso ele existisse, para pôr fim à sua "tristeza pessoal". Um comprimido, uma injecção, o que fosse, desde que fosse eficaz.Em Julho de 2006, lançou uma petição on-line. Pretendia recolher assinaturas de pessoas que tal como ele são gay mas querem ser heterossexuais. "Juntos podemos sensibilizar a comunidade médica e científica, bem como os laboratórios farmacêuticos e as empresas de biotecnologia de modo a criarem um tratamento ou um método de reorientação sexual", escreve. O documento não recebeu mais de 20 assinaturas.Não dá muitos pormenores sobre a sua identidade nos e-mails que troca com o P2.

Diz que é empregado de escritório, que evita os contactos sociais, que vive em Lisboa e pouco mais. "O meu caso provavelmente corresponde a uma anomalia estatística", desabafa. "A maior parte dos GLBT [gay, lésbicas, bissexuais e transexuais] apenas quer ser aceite como é. Eventualmente, acabam por atingir um ponto de harmonia e de auto-aceitação, digo eu, e a vida continua." Com ele é diferente. "A minha esperança está toda centrada na cura."

"Cura" é, no entanto, uma palavra que há muito deixou de ser usada nestes casos. Porque há muito que a homossexualidade deixou de ser vista como doença. A Associação Americana de Psiquiatria recomenda mesmo aos médicos que se abstenham de tentar mudar a orientação sexual dos indivíduos.Ainda assim, Adriano Vaz Serra, psiquiatra, presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, conta que já teve dois pedidos semelhantes ao de Daniel. E acredita que, nalgumas circunstâncias, se a pessoa demonstrar grande vontade, é possível, através da terapia cognitiva comportamental, mudar a orientação sexual de alguém. "Num desses casos, a pessoa conseguiu mudar.

"O "tratamento da homossexualidade" voltou a ser notícia recentemente, no Reino Unido, a propósito de um inquérito de um grupo de investigadores que, causando alguma surpresa, revelou que 17 por cento profissionais de saúde mental assumiu já ter tentado "reorientar" lésbicas, gays e bissexuais.O P2 pediu a opinião de João Marques Teixeira, presidente do Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos. O psiquiatra defende que nalguns casos pode ser possível "re-enquadrar a identidade de género e as opções de relacionamento" de alguém que sente atracção por pessoas do mesmo sexo. Mas o tema é controverso. Como se verá.

Lidar com a diferença.

A Associação Americana de Psiquiatria retirou a homossexualidade da lista das perturbações psiquiátricas em 1973. Foi uma decisão tomada por votação e após um debate acalorado e renhido, como lembra o psicólogo Pedro Frazão, membro da direcção da Sociedade Portuguesa de Suicidologia.Já no início dos anos 90, a Organização Mundial de Saúde reviu a Classificação Internacional de Doenças e deixou de considerar a homossexualidade como patologia.No final do mês passado, Annie Bartlett, Glenn Smith e Michael King, investigadores do departamento de saúde mental de duas universidades de Londres, assinaram um artigo publicado no BMC Psychiatry, uma publicação on-line, com os resultados de um inquérito a cerca de 1300 psicólogos, psicoterapeutas e psiquiatras.Perguntaram-lhes o seguinte: caso fossem procurados por um cliente que pretendesse "mudar" ou "redireccionar" a sua "orientação homossexual" tentariam fazê-lo? Quatro por cento dos inquiridos responderam que sim. E quase um quinto disseram que já trataram pessoas com esse objectivo.Apesar de não haver provas de que estes métodos sejam eficazes, e de se temer que possam ser prejudiciais, escrevem os autores, "os tratamentos para alterar a orientação sexual não são uma coisa do passado" - como, aliás, outros estudos semelhantes já tinham demonstrado, nota a psicóloga Gabriela Moita.

Não há muitos anos, em Inglaterra, como de resto em Portugal, havia registo de homossexuais sujeitos a terapias agressivas, que passavam pela aplicação de eletrochoques ou pela injecção de substâncias que causavam mau estar à medida que imagens com pessoas do mesmo sexo eram visualizadas.Michael King, professor da University College Medical School, diz que não perguntou agora aos inquiridos o que fazem eles com os seus clientes. Mas está preocupado: "Sabe Deus o que fazem", disse ao jornal britânico The Independent.Ao diário The Guardian acrescentou: "Muitos homens e mulheres ficam perturbados quando percebem que são homossexuais", e alguns dos terapeutas a que recorrem podem ter "as melhores intenções" - alguns dos inquiridos admitiram que ajudam os seus clientes a "mudar" porque eles lhes contam que são alvo de situações de discriminação.Mas King diz que o que os terapeutas deviam realmente fazer era "ajudar as pessoas a ajustar-se" e a lidar melhor com as situações. Porque o problema é social, não está na orientação sexual, acrescenta Gabriela Moita. A prová-lo, diz, está o facto de não haver registo de um heterossexual ir ao médico pedir para ser gay.

Preconceito e ignorância

Telmo Baptista, psicólogo e presidente da Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva, diz que a opinião maioritaria, a nível internacional, é a de que "não se deve fazer qualquer intervenção" para alterar a orientação sexual de alguém. Ele próprio já foi indirectamente abordado por pais de jovens homossexuais, angustiados com a homossexualidade dos filhos, e explicou-lhes que nunca aceitou fazer qualquer terapia nesse sentido. Porque acha que é prejudicial.Mas se algum inquérito fosse feito em Portugal, "os resultados não seriam, infelizmente, distantes dos dados ingleses", afirma Gabriela Moita.Esta psicóloga investigou o discurso dos psicoterapeutas em relação a homossexualidade, no âmbito da sua tese de doutoramento defendida em 2001. E concluiu, das discussões de grupo realizadas, que entre os terapeutas portugueses há homofobia e ignorância.

Ilustra: "Alguns consideraram a homossexualidade uma 'disfunção', uma 'paragem no desenvolvimento', uma 'falha', um 'fenómeno de moda', uma 'forma de obter sensações mais fortes'." A psicóloga diz que ouviu mesmo comentários que se referiam à homossexualidade como "um certo tipo de desporto radical" ou "uma forma de afirmação".Indigna-se ainda hoje quando fala disso. Porque acredita que nada mudou. "Isto é brincar com a ciência e sobretudo brincar com as pessoas." A situação é tal que teme que possam estar ainda a ser usadas, em Portugal, terapias agressivas para mudar a orientação sexual de pessoas. Não sabe de casos concreto, actuais. Mas não se espantaria.O presidente da direcção do Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos não acredita que tal esteja a acontecer.

As chamadas terapias aversivas pertencerão ao passado, "numa época em que socialmente a homossexualidade era reprovada e não aceite". Actualmente, remata, "o mais adequado" é avaliar no plano psicológico e psiquiátrico a pessoa que pede ajuda e "implementar terapêuticas adequadas à sua problemática".Marques Teixeira distingue, de resto, diferentes tipos de situações a que correspondem formas distintas de actuar: "Se alguém tem uma orientação sexual de natureza homossexual e se sente bem com isso, em princípio não terá problemas. Mas se, pelo contrário, apesar dessa orientação sexual, não se sentir bem com isso, então temos um conflito psicológico que necessita ser gerido" e "esta gestão pode ser o objectivo terapêutico de um processo de tratamento psicológico", começa por explicar, em declarações ao P2, por e-mail.Há casos de pessoas que "sentem" que têm "atracção sexual por pessoas do mesmo sexo" mas não desejam ter e pedem ajuda. E esse pedido pode ser desde um "ajude-me a não me sentir mal com esta minha tendência", até um "ajude-me a não ter esta tendência - isto é, a não ser assim".

Compete ao clínico, diz Marques Teixeira, "avaliar a exequibilidade do pedido" que lhe está a ser feito."Se um indivíduo tiver uma homossexualidade primária (isto é, com um cunho biológico muito marcado, traduzido em tendências homossexuais desde muito novo e tendo tido sempre este tipo de orientação ao longo da vida) será muito difícil 'deixar de ser assim'. Aqui, a ajuda será no sentido de o ajudar a aceitar-se como é", explica. Já "se for uma homossexualidade secundária (ou seja, mais uma opção aprendida ao longo do desenvolvimento, muitas vezes com experiências heterossexuais positivas e gratificantes, antes da opção homossexual)", então, diz o professor da Universidade do Porto, deve estudar-se a possibilidade "de se re-enquadrar a identidade de género e as opções de relacionamento sexualizado" do cliente.

Como? Através das "várias formas de psicoterapias"Marques Teixeira nota que um "tratamento" deste tipo não serve exactamente "para tornar alguma pessoa com uma orientação homossexual numa pessoa com uma orientação heterossexual ou mesmo bissexual" - "seria como 'tratar' um heterossexual para se tornar um homossexual". É antes "uma ajuda na gestão dos conflitos internos".

Decidir de quem se gosta?

Paulo Côrte-Real, dirigente da ILGA Portugal, associação de defesa dos direitos das pessoas LGBT, suspira do outro lado da linha telefónica quando se lhe fala do assunto: "Houve uma psiquiatrialização da homossexualidade durante décadas, muitos médicos fizeram a sua formação nas faculdades quando ainda era considerada uma doença e hoje o que existe é uma ignorância profunda."O facto de ainda hoje se falar em "tratamento da homossexualidade" tem a ver com isso. O problema, diz, está longe de se reduzir à saúde mental. É geral: "Por exemplo, a maior parte dos ginecologistas não sabe dar informações a uma lésbica sobre sexo seguro."Mais: se um gay vai ao médico porque está com uma depressão é frequente que o médico associe a depressão à homossexualidade, acrescenta Gabriela Moita. "A primeira coisa que faz é, na maior parte dos casos, agir com preconceito, fazendo uma leitura muito grave: 'Esta pessoa veio pedir-me apoio para a depressão, se eu não resolver a questão da homossexualidade a pessoa mantém-se deprimida.' Veja-se o grave que isto é!"

A psicóloga diz que não faz qualquer sentido que um técnico de saúde mental aceite trabalhar para a mudança da orientação sexual de alguém: "É muito grave, desde logo, porque o terapeuta está a adoecer essa pessoa. Ao invés de ajudá-la a viver numa sociedade que já lhe é hostil, onde há homofobia, está a fazer exactamente o contrário. Depois, não há nenhum tratamento que tenha levado algum ser humano a conseguir decidir de quem gosta ou de quem vai deixar de gostar."Recusa, de resto, conceitos como "homossexualidade primária ou secundária". É que, diz, "não há sequer qualquer consenso sobre a razão pela qual somos heterossexuais ou homossexuais". Nos anos 30, por exemplo, "quando se descobriram as hormonas ligadas às questões sexuais, houve um boom de estudos que queriam comprovar que a orientação sexual estava ligada as questões hormonais; uma série de estudos diziam que sim, estudos replicados demonstraram que não... relativamente à genética tivemos a mesma história..."

30 anos de tratamentos

Já Adriano Vaz Serra tem uma perspectiva muito diferente. Sublinha que "há mais de três décadas que têm sido criadas técnicas para abordagem destas situações" sendo que "as mais frequentes derivam da terapia cognitivo-comportamental e têm variado com o andar do tempo."O psiquiatra dá mesmo exemplos de algumas técnicas utilizadas em pessoas que procuraram tratamento.

Cita por exemplo N. McConaghy, um autor australiano, "que descreve situações em que, indivíduos com grande ansiedade social perante uma mulher, foram tratados com êxito por técnicas de dessensibilização sistemática" - "Num estado de relaxamento profundo, sem qualquer ansiedade, [os homossexuais] eram treinados a percorrer situações em que gradualmente se iam aproximando da mulher que seleccionavam até acabar por ter relações sexuais com ela", descreve. "Ao longo do percurso eram ensinadas aptidões sociais, para que soubessem lidar bem com a abordagem a ser feita e, ao mesmo tempo, se tornassem sensíveis a manifestações de comportamento não verbal por parte da mulher, que indicavam permitir a sua aproximação."O médico sublinha contudo que "só deve ser aceite para tratamento aquele que não estiver deprimido e for de espontânea e livre vontade".

Pedro Frazão contrapõe: se um gay ou uma lésbica o procurar para lhe fazer um pedido semelhante procurará "desconstruir" esse pedido e defenderá que as terapias "chamadas de conversão ou reparativas" têm "falta de credibilidade na comunidade científica"."O foco das terapias actuais, designadas muitas vezes como afirmativas, encara o sofrimento que as lésbicas e gays muitas vezes trazem como uma consequência da homofobia e não como algo proveniente da sua orientação sexual", explica o psicólogo.Nem sempre, como se viu, é isso que se passa. Na sua tese, Gabriela Moita relata casos de gays a quem foi prescrito como tratamento, "ir passear para o shopping para tentar engatar umas miúdas". E casos de lésbicas a quem os médicos tentaram convencer que, certamente, não seriam lésbicas porque não tinham uma aparência exterior que se adequasse ao estereótipo. "Não tem a carga dramática dos choques eléctricos", diz, mas é igualmente prejudicial.

domingo, 26 de abril de 2009

Discurso proferido pelo Partido Popular nas cerimónias do 25 de Abril

«Senhor Presidente da República
Senhor Presidente da Assembleia da República;
Senhor Primeiro Ministro
Senhores Presidentes do Supremo Tribunal de Justiça;
do Tribunal Constitucional;
e dos demais Tribunais Superiores
Altas Autoridades Civis e Militares;
Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, Eminência Reverendíssima;
Senhoras e Senhores membros do Governo;
Senhoras e Senhores Representantes do Corpo Diplomático;
Ilustres Convidados;
Senhoras e Senhores Deputados

A sessão de hoje deve ser a homenagem devida a um ideal universal. Prestar homenagem à liberdade é dar importância a um valor que nunca podemos considerar definitivamente adquirido.

É, também, celebrar o facto de Portugal se inserir no espaço civilizacional – o
atlântico e europeu - que mais consolidou a dignidade do ser humano. Faço parte de uma geração que nasceu com a liberdade. Uma geração que deve ao 25 de Abril - e ao 25 de Novembro - a liberdade de pensar, participar e discordar. Uma geração que reconhece esse tributo com gosto e naturalidade.

Justamente porque encaramos o 25 de Abril com naturalidade, não fazemos vénias aos que se consideram proprietários do 25 de Abril, nem reconhecemos autoridade aos que manipulam e distribuem certificados de correcção ”revolucionária” a todos os demais.

Há, em Portugal, quem faça de uma certa visão do 25 de Abril, uma carreira ou até, um modo de vida. A geração a que eu pertenço, dispensa tutelas e está mais preocupada com o estado a que Portugal chegou. Ou seja, com o facto de Portugal não se ter desenvolvido como podia e devia.
Ter participado no 25 de Abril não legitima nem justifica a utilização do terrorismo em nome do 25 de Abril. A revolução foi feita sem sangue. O Estado de Direito não pode, por isso, confundir-se com aqueles que acharam que tinham o direito de fazer sangue em nome da revolução.

Invocar o 25 de Abril não consente equívocos, nem narrativas de conveniência revisionista, sobre as causas políticas do atraso de Portugal. É inteiramente verdade que podíamos ser hoje um Estado mais respeitado e uma Nação mais próspera se, em vez de uma revolução, tivéssemos tido uma transição - conceito que o antigo regime não soube preparar.

E também é inteiramente verdade que teríamos hoje uma economia mais avançada e uma sociedade mais justa se as empresas portuguesas não tivessem sido irresponsavelmente saqueadas e empobrecidas pelas ocupações e nacionalizações do processo revolucionário.

Ter uma visão patrimonialista do 25 de Abril pretende, mas não permite, lançar equívocos sobre quem, na realidade, perdeu as batalhas da História e do progresso. Alguns invocam o 25 de Abril como uma espécie de caução para repetir, em 2009, os erros e os excessos de 1975.

- a mesma vontade de estatizar a economia;
- o mesmo ferrete sobre as empresas e os empresários;
- a mesma desvalorização da autoridade e da segurança;
- o mesmo facilitismo nas escolas;
- o mesmo sacrifício da saúde dos doentes aos ideólogos da saúde;
- o mesmo dirigismo da sociedade;
- a mesma propaganda igualitária contra o mérito, o esforço, o talento e a
iniciativa;
- o mesmo desprezo pela produtividade e pela demografia;
- a mesma displicência com o endividamento;

Estes são os valores falhados do PREC que ameaçam voltar, condenando Portugal a afastar-se definitivamente da Europa onde se vive melhor. Estamos no Séc. XXI: não ganharemos o futuro à boleia de um esquerdismo revisitado.

Reivindicar o 25 de Abril como quem se apropria de uma herança – esquecendo que a liberdade é uma oportunidade para todos – chegou ao ponto de constitucionalizar a obrigatoriedade do socialismo. Essa é uma forma de autoritarismo cultural que só remotamente pode confundir-se com a essência da liberdade. Ora, uma cultura política autoritária rapidamente se transforma numa prática política controleira e de controleiros. Os Portugueses vão descobrindo, não sem espanto, que alguns revolucionários de ontem são os poderosos de hoje, com a original diferença de se comportarem como novos autoritários.

Com a Constituição socializante sempre na boca:
- não hesitam em reduzir o espaço de independência das empresas;
- não hesitam em interferir nos negócios em concreto;
- não hesitam em constituir uma corte de dependentes;
- não hesitam em tentar controlar os media;
- não hesitam em pretender conformar a Justiça;
- não hesitam em clientelizar o voto;
- não hesitam em condicionar a autonomia das instituições ;
- não hesitam em capturar a liberdade da sociedade civil;
- não hesitam em arruinar o prestigio das profissões;

O socialismo é, para muitos dos que nos governam, uma patente que consente tudo. É por isso que há cada vez menos portugueses a acreditar nas palavras do Governo e há cada vez mais portugueses a recear os abusos do Governo.

Senhor Presidente da República
Senhor Presidente da Assembleia da República

No momento actual, os portugueses confrontam-se com uma situação dificílima e enormes desafios.

A crise económica e financeira gera pessimismo e absorve energias. A descrença que alastra em relação à vida pública exige um novo compromisso entre eleitos e cidadãos.

Os portugueses, legitimamente, esperam dos seus representantes, exemplos de ética e responsabilidade.

Exigem de todos a coragem de reformar o que está mal e melhorar o que é possível.

Aqui e agora, há meio milhão de portugueses sem emprego. Porque não há empregos sem empresas, a resposta é apostar nas micro, pequenas e médias empresas portuguesas. Fazer tudo o que está ao nosso alcance – nomeadamente no plano fiscal -para lhes permitir sobreviver e enfrentar a tormenta.

Aqui e agora, há dois milhões de portugueses que vivem abaixo do limiar de pobreza. São especialmente vulneráveis os mais velhos e os doentes. A resposta é um esforço suplementar de solidariedade que não se reduz à acção do Estado. Precisa das instituições sociais; precisa da família; precisa do voluntariado; precisa da responsabilidade social de cada um de nós.

Aqui e agora, há milhares de jovens portugueses – muitos com licenciaturas,mestrados e doutoramentos – que são obrigados a emigrar à procura de emprego. Ou, mais exactamente, à procura de sociedades que reconheçam e premeiem a excelência, o esforço e o mérito. Somos pela liberdade de circulação dos talentos. Mas não queremos que os jovens deixem Portugal porque não fomos capazes de construir uma sociedade de oportunidades.

Aqui e agora, há uma classe média portuguesa que empobreceu e que dificilmente consegue subir na vida. A resposta não é sufocá-la com mais impostos e contribuições.

Aqui e agora, há mais de meio milhão de portugueses à espera de uma consulta ou de uma cirurgia. Isso revela os limites de uma certa visão ideológica da saúde. A resposta é a máxima utilização de todas as capacidades instaladas – públicas, privadas ou sociais – para garantir o acesso aos cuidados de saúde e reduzir os tempos de espera.

Aqui e agora, há um colapso da credibilidade do sistema judicial. Deve constituir máxima prioridade das instituições reformar, reconstruir, reabilitar a confiança neste pilar do Estado de Direito que estamos diariamente a deixar de ser.

Aqui e agora, há uma perigosa perda de autoridade das forças que têm como missão proteger a nossa segurança. Temos de perceber que sem segurança não há liberdade. E que a protecção da nossa liberdade implica políticas mais firmes, leis mais realistas e tribunais mais eficazes.

Aqui e agora, há um investimento que ficou por fazer nos recursos humanos e nos recursos naturais de que Portugal dispõe. Quando um País vive a crise que nós vivemos, não é possível desprezar o valor económico da agricultura; o potencial do mar; a importância do conhecimento e da formação.

Aqui e agora, é necessário promover uma cultura social diferente. A cada direito corresponde um dever; a cada liberdade corresponde uma responsabilidade; a cada privilégio corresponde um obrigação de solidariedade. Portugal é capaz.

Foi sempre capaz ao longo da sua História. Nenhuma crise se tornou definitiva. Houve sempre uma reserva de coragem que permitiu ao Portugueses reinventar o seu destino.
»

Teresa Caeiro deputada da Nação pelo Partido Popular.

sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril

A liberdade e a democracia não começaram hoje. Começaram de forma alicerçada em 1834 com D. Maria II e prolongou-se até 28 de Maio de 1926.

Poucas pessoas estão cientes disto porque a mentira se propagou, talvez por razões ideológicas, de que Portugal só foi uma democracia a partir de 1974.

Julgo que o estado novo também se encarregou de apagar parte da nossa memória histórica, aquela que não lhe convinha, e talvez por isso quem fosse contemporâneo não tenha tomado consciência da nossa herança liberal.

Como a maioria da opinião pública só vê virtudes no 25 de Abril eu gosto de salientar os seus malefícios. As FP-25 cujos assassinatos políticos foram ilibados pelos altos responsáveis da nação resultando até na promoção recente de Otelo Saraiva de Carvalho, as expropriações ou roubos sancionados pelo PCP, o exílio de empresários como Champallimaud ou os Mello, as nacionalizações que retrocederam a nossa economia durante largos anos e auxiliadas por uma constituição programaticamente socialista. Tudo isto foi feito numa 'liberdade' que custa a compreender.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Nós, europeus

Acredito que sou um bom europeu. Acredito na Europa, nos seus valores, na sua cultura e no seu optimismo pelo futuro.

Mas custa-me ver este outdoor todos os dias.

"Nós, europeus" soa a um preâmbulo de constituição falhada, como as que Vital Moreira está habituado a escrever.

Repele-me só de pensar no modelo europeu hiperburocratizado que os socialistas pretendem.

A Europa de Giscard D'Estaing com o modelo social que nos querem impingir está longe de se tornar realidade mesmo com aprovação do tratado de Lisboa.

Apeteceu-me fazer uma maldade.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Dezoito anos

A esperança da juventude. Tantos sonhos por realizar num país que nunca deu valor a si mesmo.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009